quarta-feira, 16 de maio de 2012

Notas da Fazenda



SERIAM ELES “PASTORES, BISPOS, APÓSTOLOS, MISSIONÁRIOS” CONFIÁVEIS?
Acho na verdade psicótico esse clamor evangélico em gritar a toda hora "Deus é fiel", "em nome de Jesus", "Deus seja louvado", etc.etc. e vender panfletos e anunciar e vender também cura de doenças, a salvação da alma. Fui apresentado a Jesus no batismo católico. Na infância e até o presente perto dos oitenta anos, tomei conhecimento de fatos de sua passagem na terra. Frequentei igrejas muito pouco e hoje muito menos, sem apelar para conduta hipócrita e fingida. E considero que tenho recebido a proteção de Deus pois vivo razoavelmente bem como cidadão. Não tenho do que reclamar. Assim entendo que me conduzo segundo as regras que Ele dita para a vida dos homens. O mais é psicose ou safadeza mesmo.  (leiam abaixo texto da Revista Veja)

XÔ SATANÁS! O diabo entra na briga entre Edir Macedo e Valdemiro Santiago

 O diabo entra na briga entre Edir Macedo e Valdemiro Santiago
Os hoje arqui-inimigos Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, e Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, convocaram o demônio para ajudá-los na batalha que travam pela alma e generosidade dos fiéis. Recentemente, em seu programa de TV, Macedo “interrogou” o diabo, que, supostamente encarnado em uma devota, “confessou” ter se instalado na igreja rival e ser o responsável pelas propaladas curas operadas por Valdemiro.

As entrevistas com o demônio para difamar a concorrência passaram a ser recorrentes na programação da Rede Record. O chefe da Mundial, por sua vez, rebateu as acusações com outras de igual fineza: em seu programa no Canal 21, ele afirmou que o “câncer” de Macedo é obra do demônio.
Na tréplica, Macedo levou sua médica à TV para atestar que não sofre da doença e ainda exibiu no programa Domingo Espetacular, da Rede Record, uma reportagem sobre a compra, por Valdemiro, de três fazendas avaliadas em 50 milhões de reais.
O acirramento da guerra dos pastores se dá num momento em que a Universal, de Macedo, perde fiéis e receita aos borbotões para a Mundial, de Valdemiro. Estima-se que, em catorze anos, o segundo tenha conquistado mais de 20% de seguidores do primeiro. Durante muito tempo, Valdemiro foi membro da cúpula da Universal. Preterido por Macedo na indicação para um posto de maior visibilidade na organização, ele rompeu com o chefe e fundou a sua própria igreja.
Habilidoso, deu um passo atrás e resgatou o modelo primitivo que deu origem ao fenômeno da Universal: a luta contra Lúcifer e a promessa de curas e milagres de toda ordem — pilares que Macedo mais tarde substituiu pela “teologia da prosperidade”. Ao adotar essa estratégia, Valdemiro passou a atender um nicho de fiéis que Macedo havia negligenciado com o amadurecimento do seu negócio, o público de menor poder aquisitivo e alta credulidade.
Seus seguidores passam horas de pé em filas para poder tocar o seu corpo ou recolher um pouco de seu suor em toalhas ou pedaços de pano que são distribuídos na igreja. Valdemiro fomenta a crença de que sua transpiração tem o condão de realizar milagres.




Edir Macedo para fiel supostamente possuída pelo demônio: “É você que tem tirado os pastores da Universal?” Fiel: “Eu me sinto bem no meu trono (na Igreja Mundial). Eu curo todo mundo.” Edir Macedo: “Quer dizer, demônio, que você faz a festa lá no Valdemiro?”
Com os cofres recheados, Valdemiro passou a assediar os membros da Universal. Oferecendo salários e comissões mais altos que os pagos por Edir Macedo, ele atraiu prepostos do rival na Argentina, Inglaterra e em países africanos. Para profissionalizar seus negócios, canibalizou executivos da Record e do Banco Renner, controlado pela Igreja Universal. A riqueza que Valdemiro Santiago ostenta Macedo contabiliza como prejuízo.
O estrangulamento de suas contas pela concorrência chegou a afetar as operações da Record e a atrasar salários na TV, como ocorreu no ano passado. O quadro de deterioração das finanças de Macedo se tornou ainda mais calamitoso com a penhora pela Justiça da sede da emissora no Rio de Janeiro para garantia do pagamento de dívidas da Universal do Reino de Deus.




“Tô falando para a igreja da fogueirinha, da Record, que fica me perseguindo falando um monte de abobrinha.
Tô falando daqueles doentes desenganados que o demônio está comendo o pâncreas e o fígado deles e não
tomam juízo.” diz Valdemiro Santiago, referindo-se a Edir Macedo, que levou sua médica à TV para afirmar
que ele não tem câncer
 A má fase não terminou aí. Em setembro, o Ministério Público denunciou Edir Macedo pelos crimes de estelionato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Os procuradores o acusam de lavar no exterior o dízimo recebido pelos fiéis para depois despejá-lo nas contas da Record. Ao lançar suspeitas sobre a forma como Valdemiro adquiriu suas fazendas, Macedo quer mostrar que o ex-discípulo também dá suas trombadas com a lei. Valdemiro já esteve enroscado em outras diabruras.
Em 2003, o chefão da Mundial foi condenado a pagar cestas básicas por porte ilegal de armas. Ele foi flagrado em uma blitz com uma escopeta, duas carabinas e munição. Em 2010, três de seus pastores foram presos em Mato Grosso do Sul transportando sete fuzis M-15. Em depoimento à polícia, o motorista afirmou que o destino das armas era a cidade de Niterói, no Rio de Janeiro.
A crise desencadeada pela Mundial do Poder de Deus obrigou Macedo a redesenhar a administração de seu negócio. Uma das providências foi baixar as exigências para a abertura de novos templos. Antes, para abrir uma franquia, o pastor tinha de comprovar um potencial de arrecadação mínimo de 150 000 reais mensais, a ser atingido em seis meses. Agora, esse piso caiu para 50 000 reais.
A comissão a que cada pastor tinha direito sobre o total arrecadado além da meta era originalmente de 10%. Macedo agora a dobrou. O que ele não abre mão é da eficiência. Os pastores que não cumprem as metas dentro do prazo contratado são transferidos ou perdem o comando da franquia. Essa mudança, que aponta para uma capilarização da Universal, faz parte da estratégia de Macedo de substituir o modelo de construção de megatemplos pela pulverização de igrejas menores no país, de manutenção mais barata e mais próximas da casa dos fiéis.
Com isso, ele espera baixar os seus custos de operação e evitar que outras ovelhas se desgarrem. Pastores e assessores próximos dos dois líderes afirmam que estes são apenas os primeiros movimentos de uma guerra sem previsão de fim.
Da Revista Veja


Notas da Fazenda


SERIAM ELES “PASTORES, BISPOS, APÓSTOLOS, MISSIONÁRIOS” CONFIÁVEIS?
Acho na verdade psicótico esse clamor evangélico em gritar a toda hora "Deus é fiel", "em nome de Jesus", "Deus seja louvado", etc.etc. e vender panfletos e anunciar e vender também cura de doenças, a salvação da alma. Fui apresentado a Jesus no batismo católico. Na infância e até o presente perto dos oitenta anos, tomei conhecimento de fatos de sua passagem na terra. Frequentei igrejas muito pouco e hoje muito menos, sem apelar para conduta hipócrita e fingida. E considero que tenho recebido a proteção de Deus pois vivo razoavelmente bem como cidadão. Não tenho do que reclamar. Assim entendo que me conduzo segundo as regras que Ele dita para a vida dos homens. O mais é psicose ou safadeza mesmo.  (leiam abaixo texto da Revista Veja)

XÔ SATANÁS! O diabo entra na briga entre Edir Macedo e Valdemiro Santiago

 O diabo entra na briga entre Edir Macedo e Valdemiro Santiago
Os hoje arqui-inimigos Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, e Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, convocaram o demônio para ajudá-los na batalha que travam pela alma e generosidade dos fiéis. Recentemente, em seu programa de TV, Macedo “interrogou” o diabo, que, supostamente encarnado em uma devota, “confessou” ter se instalado na igreja rival e ser o responsável pelas propaladas curas operadas por Valdemiro.

As entrevistas com o demônio para difamar a concorrência passaram a ser recorrentes na programação da Rede Record. O chefe da Mundial, por sua vez, rebateu as acusações com outras de igual fineza: em seu programa no Canal 21, ele afirmou que o “câncer” de Macedo é obra do demônio.
Na tréplica, Macedo levou sua médica à TV para atestar que não sofre da doença e ainda exibiu no programa Domingo Espetacular, da Rede Record, uma reportagem sobre a compra, por Valdemiro, de três fazendas avaliadas em 50 milhões de reais.
O acirramento da guerra dos pastores se dá num momento em que a Universal, de Macedo, perde fiéis e receita aos borbotões para a Mundial, de Valdemiro. Estima-se que, em catorze anos, o segundo tenha conquistado mais de 20% de seguidores do primeiro. Durante muito tempo, Valdemiro foi membro da cúpula da Universal. Preterido por Macedo na indicação para um posto de maior visibilidade na organização, ele rompeu com o chefe e fundou a sua própria igreja.
Habilidoso, deu um passo atrás e resgatou o modelo primitivo que deu origem ao fenômeno da Universal: a luta contra Lúcifer e a promessa de curas e milagres de toda ordem — pilares que Macedo mais tarde substituiu pela “teologia da prosperidade”. Ao adotar essa estratégia, Valdemiro passou a atender um nicho de fiéis que Macedo havia negligenciado com o amadurecimento do seu negócio, o público de menor poder aquisitivo e alta credulidade.
Seus seguidores passam horas de pé em filas para poder tocar o seu corpo ou recolher um pouco de seu suor em toalhas ou pedaços de pano que são distribuídos na igreja. Valdemiro fomenta a crença de que sua transpiração tem o condão de realizar milagres.




Edir Macedo para fiel supostamente possuída pelo demônio: “É você que tem tirado os pastores da Universal?” Fiel: “Eu me sinto bem no meu trono (na Igreja Mundial). Eu curo todo mundo.” Edir Macedo: “Quer dizer, demônio, que você faz a festa lá no Valdemiro?”
Com os cofres recheados, Valdemiro passou a assediar os membros da Universal. Oferecendo salários e comissões mais altos que os pagos por Edir Macedo, ele atraiu prepostos do rival na Argentina, Inglaterra e em países africanos. Para profissionalizar seus negócios, canibalizou executivos da Record e do Banco Renner, controlado pela Igreja Universal. A riqueza que Valdemiro Santiago ostenta Macedo contabiliza como prejuízo.
O estrangulamento de suas contas pela concorrência chegou a afetar as operações da Record e a atrasar salários na TV, como ocorreu no ano passado. O quadro de deterioração das finanças de Macedo se tornou ainda mais calamitoso com a penhora pela Justiça da sede da emissora no Rio de Janeiro para garantia do pagamento de dívidas da Universal do Reino de Deus.




“Tô falando para a igreja da fogueirinha, da Record, que fica me perseguindo falando um monte de abobrinha.
Tô falando daqueles doentes desenganados que o demônio está comendo o pâncreas e o fígado deles e não
tomam juízo.” diz Valdemiro Santiago, referindo-se a Edir Macedo, que levou sua médica à TV para afirmar
que ele não tem câncer
 A má fase não terminou aí. Em setembro, o Ministério Público denunciou Edir Macedo pelos crimes de estelionato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Os procuradores o acusam de lavar no exterior o dízimo recebido pelos fiéis para depois despejá-lo nas contas da Record. Ao lançar suspeitas sobre a forma como Valdemiro adquiriu suas fazendas, Macedo quer mostrar que o ex-discípulo também dá suas trombadas com a lei. Valdemiro já esteve enroscado em outras diabruras.
Em 2003, o chefão da Mundial foi condenado a pagar cestas básicas por porte ilegal de armas. Ele foi flagrado em uma blitz com uma escopeta, duas carabinas e munição. Em 2010, três de seus pastores foram presos em Mato Grosso do Sul transportando sete fuzis M-15. Em depoimento à polícia, o motorista afirmou que o destino das armas era a cidade de Niterói, no Rio de Janeiro.
A crise desencadeada pela Mundial do Poder de Deus obrigou Macedo a redesenhar a administração de seu negócio. Uma das providências foi baixar as exigências para a abertura de novos templos. Antes, para abrir uma franquia, o pastor tinha de comprovar um potencial de arrecadação mínimo de 150 000 reais mensais, a ser atingido em seis meses. Agora, esse piso caiu para 50 000 reais.
A comissão a que cada pastor tinha direito sobre o total arrecadado além da meta era originalmente de 10%. Macedo agora a dobrou. O que ele não abre mão é da eficiência. Os pastores que não cumprem as metas dentro do prazo contratado são transferidos ou perdem o comando da franquia. Essa mudança, que aponta para uma capilarização da Universal, faz parte da estratégia de Macedo de substituir o modelo de construção de megatemplos pela pulverização de igrejas menores no país, de manutenção mais barata e mais próximas da casa dos fiéis.
Com isso, ele espera baixar os seus custos de operação e evitar que outras ovelhas se desgarrem. Pastores e assessores próximos dos dois líderes afirmam que estes são apenas os primeiros movimentos de uma guerra sem previsão de fim.
Da Revista Veja


terça-feira, 8 de maio de 2012

Notas da Fazenda


HOSANAS AO AMIGO VELHO ERNANI SÁTIRO
Leitura atrasada d "O Canto do Retardatário" do contra-parente (explicarei a seguir) escritor e político Ernani Satyro. Eis uma pessoa genuína, vencedora. De sólida formação intelectual, corajoso na defesa de suas idéias e convicções. Legendário inegavelmente, na mais ampla acep-ção do termo. E peremptório isto sim, casmurral. Reacionário diplomado. Não fazia concessões. Vasta é a sua produção em títulos que constam de “Plano Inicial das Obras Completas de Ernani Sátriro”, elaborado pela FUNES (fundação que traz o seu nome). Romances e ensaios, versos, crônicas de sabor jornalístico, discursos, conferências. Presença escolhida nos "poetas bissextos" de Manoel Bandeira, transcrito, biografado e elogiado. Ali está o João Guimarães Rosa, do “Magma”. Uma honra para as letras tabajaras. Seus versos muito pessoais, também parafraseiam, falam nas letras e autores clássicos (Camões, Augusto, Pessoa), no amor, na tentativa utópica de reconstrução do mundo, na administração pública, na tradição da chefia familiar coronelista na política, na saudade. "Procurei acabar a fundura do mar [...] cadeiras na calçada". Mas reconhece: "Todos nós, afinal, somos ciganos [...] Na entrada do porto tem uma pedra [...] Do meu amor em Olinda [...] Recife, poema e chaga do Brasil". 
Ah! O Recife que reconstruiu a minha vida, que renasceu no exílio campestre – somente pensando, refletindo, vivenciando a vida mesmo, que é o que vale. Algo do amigo velho na minha estrada do devir. Na esquerda ou na direita, no amor e na guerra. Ele numa modéstia que não lhe cabia, afirmou que, a sua estrela se não era brilhante era constante. Tudo em capítulos precisos: “Canto da Inquietação das Cismas”, “Canto do Amor e da Mulher”, Canto da Solidão e da Morte”, “Canto dos Poemas de Circunstância”. Orador solene, sentencioso.
Ernani era filho de Miguel Sátiro e de Capitulina, que enviuvara de Inocêncio Leite, e era mãe de Firmino, sobrinho de minha avó Chiquinha, primo do meu pai, meu primo-segundo e padrinho de batismo. Ernani era, portanto, nosso "contraprimo". Nos desentendemos na política. Caprichos do meu lado e do dele também. Mas não traía, só perseguia. Resisiti. Governador do Estado ele me combateu e derrotou numa eleição para deputado estadual. Fui reeleito no pleito seguinte.
A arte não é a/o que satisfaz o ego. Pelo contrário, é a/o que desperta (ofende) a consciência crítica, circula, viaja no espaço e no tempo. Des-cobre, identifica e cria mundos. O momento atual é ativamente dinâmico ─ induz profissionalismo artesanal, busca e descoberta de materiais, ins-talações. Ernani escreveu num poema: “Vamos todos viver a nova vida / [...] Mas vamos logo ó telespectadores. /Apreciar as guerras e os crimes, /As mulheres nuas /E mais ainda, a destruição / Da Língua e da Família, / Nas novelas de televisão”. Não transigia no tocante a princípios éticos.
O despeito e a frustração revelam o traço do caráter, da perso-nalidade. Maculam a arte. Li alhures que pregaram um pincel embebido em tintas no rabo oscilante de um elefante, que alcançava uma tela. Era um fim de tarde em frente ao mar. Meros circuitos neuroniais estimulados pelo instinto e necessidade de alimento para o estômago. Intitularam o quadro "Pôr de Sol no Adriático". Não é o caso de Ernani Sátiro, evidentemente, com o seu preparo intelectual, a sua inteligência crítica: ele ia direto ao assunto. Outros que ponham a carapuça.
Aqui neste “Maio na Fazenda”, relembro sem despeito, mas com saudade o “amigo velho”. Estava no seu romance “O Quadro Negro” um inverno criador, como dizem os sertanejos, quando chove o suficiente para desenvolver as pastagens e as lavouras. E os relâmpagos do fim do período chuvoso são discretos, como fósforos acesos no horizonte. Andando pelas roças senti aquela alegria interior do campesino nessas circunstâncias. Estamos bem no corrente ano. A mata cresceu, avolumou-se, a rama fechou nas capoeiras, a gitirana, alimento de primeira pra vacaria, com flores brancas e roxas cobre as moitas, as cercas, sobe nas árvores, o milho bone-cou, o feijão canivetou, e já comemos verde.
“Grande é a vida”. Bem sentenciou o Amigo Velho, e para ele uma abraço de reconhecimento no seu valor, na sua franqueza, na sua coragem. Preparo-me para a viagem, o abraço do outro mundo.   ........  Lagoa de Baixo, 2008.