quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012


SAGA NORDESTINA É TEMA DE ENREDO, GARANTE VITÓRIA DAS ESCOLAS DE SAMBA UNIDOS DA TIJUCA E SALGUEIRO, NO CARNAVAL 2012 DO RIO. VIVA A PARAÍBA, ORLANDO TEJO E ESMERALDO BRAGA

Razão tinham de sobra os meus amigos Orlando Tejo e Esmeraldo Braga, quando acompanhando outros nordestinos emigraram para Brasília para vender o seu trabalho. Trabalho intelectual deixo claro. O Nordeste, berço da cultura brasileira desde o Descobrimento é referência cultural que define o país. Naqueles primeiros tempos Brasília respirando ainda ar nor-destino, produziram a literatura que lhes deu fama no ensaio, na poesia, no teatro, no romance. Cito apenas “Zé Limeira Poeta do Absurdo” e “A Coroa do Rei”. Estavam em Brasília e estavam em Sousa, em Campina. Tudo lembrava a terra natal. Barbeiro era do Ceará, pedreiro da Paraíba, vi-gia de Pernambuco, marchante de Alagoas, garçom do Piauí, motoristas, bancários, policiais, sem falar nos deputados, senadores e ministros nossos conterrâneos.
Vem tudo da proto-história. E os textos mais criativos de padrões culturais, fundamentam a existência do Estado nacional respectivo. O so-ciólogo Darcy Ribeiro diria representativos do processo civilizatório em todas as nações. Assim no Brasil
Existem coisas ridículas, para mim, como a lúdica coreografia bur-lesca da capoeira, teses antropológicas sobre o acarajé, o ebó, temas de se-minários e de masturbações sociológicas de que falava o alegre Sergio Mota ministro de FHC.  Prefiro o cangaço, a vaquejada a caça e a pesca. Não que a sociedade não mereça gratuidade, espontaneidade. Mas o povo brasileiro mora no Nordeste. O Sul é Babel (italianos, libaneses, alemães, poloneses, japoneses, chineses, indianos, agora haitianos, etc, cultivando os seus costumes). É o que vemos.
*
Baixando dessas alturas chego à cidade de Sousa, terra do roman-cista Esmeraldo Braga, para falar sobre o que sei de traços de sua vida, e sobre o que conheço de sua literatura: o romance “Danação em Terra Quente” cujo título revela os impasses que povoam a cena social retratada – usura, corrupção de menores, assédio sexual, vingança. E do texto novo “totalmente livre sobre o cangaço” escrito para o teatro, “A Coroa do Rei”, que absolve Lampião de todos os pecados, e proclama a dignidade de sua conduta humana, firme e franco, distanciado do ranzinza texto de Gra-ciliano Ramos. Orgulhoso no amor da companheira, o corpo fechado para bala, faca, invencível no combate franco, a céu aberto, homem-a-homem, Lampião somente seria vencido pela traição no envenenamento enco-mendado. Pois desdenhado na sua memória altiva de bravo, com os despojos físicos pessoais e de adorno, foi exibido em praça pública como  troféu, insígnia de conquista selvagem, militar. A história reparou a ignomínia. Unidos da Tijuca e Salgueiro resgataram a grandeza, a glória da sua memória num cordel grandioso, épico. Pois Lampião era homem de coragem e de costumes civilizados. Usava armas de fogo modernas, jóias, perfumes, bebidas finas. Mesmo numa luta desigual, perseguido em quatro Estados combatia o bom combate – o da restauração da honra familiar. Disso fala o romancista sousense.
 O sertanejo para Esmeraldo é imortal. Imbatível na peleja. Resis-tindo, longe dos seus, ele o escritor fez nascer no seu interior esta crença. E vinga o herói na tragédia revelada, desvendada. Vale o verso de Pinto do Monteiro que adota, amargurado, como epígrafe “Mas Lampeão ter mor-rido, / Ó coisa de fazer pena!” Todos concordamos, nele estereotipados.
Esmeraldo foi criado na Rua do Fogo, em Sousa, que tinha como referências geográficas a bodega de Seu Santos, a usina de Docil Braga, as caieiras nas barreiras e a passagem rasa do Rio das Pedrinhas. O Rio do Peixe tinha muitos nomes. Molecou por ali, decidiu se estabelecer com uma bodega, como outros, evoluiu, inaugurou uma “tarimba” (de tarimbado) no Mercado no centro da cidade. Conheci-o de vista, comerciante, sentado num tamborete por trás do balcãozinho, a cabeça baixa lendo um livro a-poiado nos joelhos, os sacos de cereais abertos, com o tecido da boca enrolado cuidadosamente. As prateleiras com garrafas de cachaça e vinhos ordinários alinhados davam a nota de organização e mostruário. Ele atendia um e outro, e lia.
Não mantínhamos convivência, pois pertencíamos a grupos distintos de jovens daquele tempo: os que freqüentavam assustados, estudavam fora, e os que trabalhavam, viviam a vida familiar, divertiam-se nos folguedos populares, piedosamente compareciam às missas e novenas. Mas todos se conheciam de vista.
Finalmente um dia nos encontramos e firmamos amizade. Eu es-crevia artigos chinfrins para a revista literária da nossa cidade. Nos apro-ximamos, fui eleito deputado, ele escreveu um romance. Li e gostei, mos-  trei a Virginius da Gama e Melo – o critico literário de plantão na Paraíba nos anos setenta do século passado – e o elogio não se fez esperar. Na capital, aproximei Esmeraldo de Orlando Tejo, este meu amigo desde o nosso tempo de rapazes em Campina. Deram-se bem. Emigraram, exilaram-se em Brasília, construíram sua obra literária, freqüentaram rodas de nordestinos, conquistaram emprego no Senado.
Se notável tornou-se Orlando com o brilho de sua inteligência cria-tiva, imortalizado com o Zé Limeira, a dor do exílio pesou demais no cora-ção do sertanejo Esmeraldo. Aí está “A Coroa do Rei” – tema, trama e expressão descritiva dolorida, no seu desenvolvimento, de uma obra de inegável sensibilidade humana e importância literária, principalmente. Um marco. Pretendo sugerir aos amigos França, de Acauã Produções Culturais e Francisco Hernandez, da Fundação Ivan Bichara, para ajustarem o texto à dramaturgia e montá-lo para apresentação em datas e locais escolhidos, o que sabem fazer muito bem. Já tratei do assunto com Augusto Ferraz.
Aí está: a política trouxe Esmeraldo de volta a Sousa, em visita para cumprimentar o sobrinho vitorioso que se elegeu prefeito do município. Não foi possível um encontro comigo. Moro afastado. Mas, por conta da nossa amizade, ele deixou com autógrafo para mim “A Coroa do Rei”, texto de ficção que dramatiza a morte do Rei do Cangaço, li, gostei, repito, e comentarei depois.  …………………………………………..







SAGA NORDESTINA É TEMA DE ENREDO, GARANTE VITÓRIA DAS ESCOLAS DE SAMBA UNIDOS DA TIJUCA E SALGUEIRO, NO CARNAVAL 2012 DO RIO. VIVA A PARAÍBA, ORLANDO TEJO E ESMERALDO BRAGA

Razão tinham de sobra os meus amigos Orlando Tejo e Esmeraldo Braga, quando acompanhando outros nordestinos emigraram para Brasília para vender o seu trabalho. Trabalho intelectual deixo claro. O Nordeste, berço da cultura brasileira desde o Descobrimento é referência cultural que define o país. Naqueles primeiros tempos Brasília respirando ainda ar nor-destino, produziram a literatura que lhes deu fama no ensaio, na poesia, no teatro, no romance. Cito apenas “Zé Limeira Poeta do Absurdo” e “A Coroa do Rei”. Estavam em Brasília e estavam em Sousa, em Campina. Tudo lembrava a terra natal. Barbeiro era do Ceará, pedreiro da Paraíba, vi-gia de Pernambuco, marchante de Alagoas, garçom do Piauí, motoristas, bancários, policiais, sem falar nos deputados, senadores e ministros nossos conterrâneos.
Vem tudo da proto-história. E os textos mais criativos de padrões culturais, fundamentam a existência do Estado nacional respectivo. O so-ciólogo Darcy Ribeiro diria representativos do processo civilizatório em todas as nações. Assim no Brasil
Existem coisas ridículas, para mim, como a lúdica coreografia bur-lesca da capoeira, teses antropológicas sobre o acarajé, o ebó, temas de se-minários e de masturbações sociológicas de que falava o alegre Sergio Mota ministro de FHC.  Prefiro o cangaço, a vaquejada a caça e a pesca. Não que a sociedade não mereça gratuidade, espontaneidade. Mas o povo brasileiro mora no Nordeste. O Sul é Babel (italianos, libaneses, alemães, poloneses, japoneses, chineses, indianos, agora haitianos, etc, cultivando os seus costumes). É o que vemos.
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Baixando dessas alturas chego à cidade de Sousa, terra do roman-cista Esmeraldo Braga, para falar sobre o que sei de traços de sua vida, e sobre o que conheço de sua literatura: o romance “Danação em Terra Quente” cujo título revela os impasses que povoam a cena social retratada – usura, corrupção de menores, assédio sexual, vingança. E do texto novo “totalmente livre sobre o cangaço” escrito para o teatro, “A Coroa do Rei”, que absolve Lampião de todos os pecados, e proclama a dignidade de sua conduta humana, firme e franco, distanciado do ranzinza texto de Gra-ciliano Ramos. Orgulhoso no amor da companheira, o corpo fechado para bala, faca, invencível no combate franco, a céu aberto, homem-a-homem, Lampião somente seria vencido pela traição no envenenamento enco-mendado. Pois desdenhado na sua memória altiva de bravo, com os despojos físicos pessoais e de adorno, foi exibido em praça pública como  troféu, insígnia de conquista selvagem, militar. A história reparou a ignomínia. Unidos da Tijuca e Salgueiro resgataram a grandeza, a glória da sua memória num cordel grandioso, épico. Pois Lampião era homem de coragem e de costumes civilizados. Usava armas de fogo modernas, jóias, perfumes, bebidas finas. Mesmo numa luta desigual, perseguido em quatro Estados combatia o bom combate – o da restauração da honra familiar. Disso fala o romancista sousense.
 O sertanejo para Esmeraldo é imortal. Imbatível na peleja. Resis-tindo, longe dos seus, ele o escritor fez nascer no seu interior esta crença. E vinga o herói na tragédia revelada, desvendada. Vale o verso de Pinto do Monteiro que adota, amargurado, como epígrafe “Mas Lampeão ter mor-rido, / Ó coisa de fazer pena!” Todos concordamos, nele estereotipados.
Esmeraldo foi criado na Rua do Fogo, em Sousa, que tinha como referências geográficas a bodega de Seu Santos, a usina de Docil Braga, as caieiras nas barreiras e a passagem rasa do Rio das Pedrinhas. O Rio do Peixe tinha muitos nomes. Molecou por ali, decidiu se estabelecer com uma bodega, como outros, evoluiu, inaugurou uma “tarimba” (de tarimbado) no Mercado no centro da cidade. Conheci-o de vista, comerciante, sentado num tamborete por trás do balcãozinho, a cabeça baixa lendo um livro a-poiado nos joelhos, os sacos de cereais abertos, com o tecido da boca enrolado cuidadosamente. As prateleiras com garrafas de cachaça e vinhos ordinários alinhados davam a nota de organização e mostruário. Ele atendia um e outro, e lia.
Não mantínhamos convivência, pois pertencíamos a grupos distintos de jovens daquele tempo: os que freqüentavam assustados, estudavam fora, e os que trabalhavam, viviam a vida familiar, divertiam-se nos folguedos populares, piedosamente compareciam às missas e novenas. Mas todos se conheciam de vista.
Finalmente um dia nos encontramos e firmamos amizade. Eu es-crevia artigos chinfrins para a revista literária da nossa cidade. Nos apro-ximamos, fui eleito deputado, ele escreveu um romance. Li e gostei, mos-  trei a Virginius da Gama e Melo – o critico literário de plantão na Paraíba nos anos setenta do século passado – e o elogio não se fez esperar. Na capital, aproximei Esmeraldo de Orlando Tejo, este meu amigo desde o nosso tempo de rapazes em Campina. Deram-se bem. Emigraram, exilaram-se em Brasília, construíram sua obra literária, freqüentaram rodas de nordestinos, conquistaram emprego no Senado.
Se notável tornou-se Orlando com o brilho de sua inteligência cria-tiva, imortalizado com o Zé Limeira, a dor do exílio pesou demais no cora-ção do sertanejo Esmeraldo. Aí está “A Coroa do Rei” – tema, trama e expressão descritiva dolorida, no seu desenvolvimento, de uma obra de inegável sensibilidade humana e importância literária, principalmente. Um marco. Pretendo sugerir aos amigos França, de Acauã Produções Culturais e Francisco Hernandez, da Fundação Ivan Bichara, para ajustarem o texto à dramaturgia e montá-lo para apresentação em datas e locais escolhidos, o que sabem fazer muito bem. Já tratei do assunto com Augusto Ferraz.
Aí está: a política trouxe Esmeraldo de volta a Sousa, em visita para cumprimentar o sobrinho vitorioso que se elegeu prefeito do município. Não foi possível um encontro comigo. Moro afastado. Mas, por conta da nossa amizade, ele deixou com autógrafo para mim “A Coroa do Rei”, texto de ficção que dramatiza a morte do Rei do Cangaço, li, gostei, repito, e comentarei depois.  …………………………………………..







SAGA NORDESTINA É TEMA DE ENREDO, GARANTE VITÓRIA DAS ESCOLAS DE SAMBA UNIDOS DA TIJUCA E SALGUEIRO, NO CARNAVAL 2012 DO RIO. VIVA A PARAÍBA, ORLANDO TEJO E ESMERALDO BRAGA

Razão tinham de sobra os meus amigos Orlando Tejo e Esmeraldo Braga, quando acompanhando outros nordestinos emigraram para Brasília para vender o seu trabalho. Trabalho intelectual deixo claro. O Nordeste, berço da cultura brasileira desde o Descobrimento é referência cultural que define o país. Naqueles primeiros tempos Brasília respirando ainda ar nor-destino, produziram a literatura que lhes deu fama no ensaio, na poesia, no teatro, no romance. Cito apenas “Zé Limeira Poeta do Absurdo” e “A Coroa do Rei”. Estavam em Brasília e estavam em Sousa, em Campina. Tudo lembrava a terra natal. Barbeiro era do Ceará, pedreiro da Paraíba, vi-gia de Pernambuco, marchante de Alagoas, garçom do Piauí, motoristas, bancários, policiais, sem falar nos deputados, senadores e ministros nossos conterrâneos.
Vem tudo da proto-história. E os textos mais criativos de padrões culturais, fundamentam a existência do Estado nacional respectivo. O so-ciólogo Darcy Ribeiro diria representativos do processo civilizatório em todas as nações. Assim no Brasil
Existem coisas ridículas, para mim, como a lúdica coreografia bur-lesca da capoeira, teses antropológicas sobre o acarajé, o ebó, temas de se-minários e de masturbações sociológicas de que falava o alegre Sergio Mota ministro de FHC.  Prefiro o cangaço, a vaquejada a caça e a pesca. Não que a sociedade não mereça gratuidade, espontaneidade. Mas o povo brasileiro mora no Nordeste. O Sul é Babel (italianos, libaneses, alemães, poloneses, japoneses, chineses, indianos, agora haitianos, etc, cultivando os seus costumes). É o que vemos.
*
Baixando dessas alturas chego à cidade de Sousa, terra do roman-cista Esmeraldo Braga, para falar sobre o que sei de traços de sua vida, e sobre o que conheço de sua literatura: o romance “Danação em Terra Quente” cujo título revela os impasses que povoam a cena social retratada – usura, corrupção de menores, assédio sexual, vingança. E do texto novo “totalmente livre sobre o cangaço” escrito para o teatro, “A Coroa do Rei”, que absolve Lampião de todos os pecados, e proclama a dignidade de sua conduta humana, firme e franco, distanciado do ranzinza texto de Gra-ciliano Ramos. Orgulhoso no amor da companheira, o corpo fechado para bala, faca, invencível no combate franco, a céu aberto, homem-a-homem, Lampião somente seria vencido pela traição no envenenamento enco-mendado. Pois desdenhado na sua memória altiva de bravo, com os despojos físicos pessoais e de adorno, foi exibido em praça pública como  troféu, insígnia de conquista selvagem, militar. A história reparou a ignomínia. Unidos da Tijuca e Salgueiro resgataram a grandeza, a glória da sua memória num cordel grandioso, épico. Pois Lampião era homem de coragem e de costumes civilizados. Usava armas de fogo modernas, jóias, perfumes, bebidas finas. Mesmo numa luta desigual, perseguido em quatro Estados combatia o bom combate – o da restauração da honra familiar. Disso fala o romancista sousense.
 O sertanejo para Esmeraldo é imortal. Imbatível na peleja. Resis-tindo, longe dos seus, ele o escritor fez nascer no seu interior esta crença. E vinga o herói na tragédia revelada, desvendada. Vale o verso de Pinto do Monteiro que adota, amargurado, como epígrafe “Mas Lampeão ter mor-rido, / Ó coisa de fazer pena!” Todos concordamos, nele estereotipados.
Esmeraldo foi criado na Rua do Fogo, em Sousa, que tinha como referências geográficas a bodega de Seu Santos, a usina de Docil Braga, as caieiras nas barreiras e a passagem rasa do Rio das Pedrinhas. O Rio do Peixe tinha muitos nomes. Molecou por ali, decidiu se estabelecer com uma bodega, como outros, evoluiu, inaugurou uma “tarimba” (de tarimbado) no Mercado no centro da cidade. Conheci-o de vista, comerciante, sentado num tamborete por trás do balcãozinho, a cabeça baixa lendo um livro a-poiado nos joelhos, os sacos de cereais abertos, com o tecido da boca enrolado cuidadosamente. As prateleiras com garrafas de cachaça e vinhos ordinários alinhados davam a nota de organização e mostruário. Ele atendia um e outro, e lia.
Não mantínhamos convivência, pois pertencíamos a grupos distintos de jovens daquele tempo: os que freqüentavam assustados, estudavam fora, e os que trabalhavam, viviam a vida familiar, divertiam-se nos folguedos populares, piedosamente compareciam às missas e novenas. Mas todos se conheciam de vista.
Finalmente um dia nos encontramos e firmamos amizade. Eu es-crevia artigos chinfrins para a revista literária da nossa cidade. Nos apro-ximamos, fui eleito deputado, ele escreveu um romance. Li e gostei, mos-  trei a Virginius da Gama e Melo – o critico literário de plantão na Paraíba nos anos setenta do século passado – e o elogio não se fez esperar. Na capital, aproximei Esmeraldo de Orlando Tejo, este meu amigo desde o nosso tempo de rapazes em Campina. Deram-se bem. Emigraram, exilaram-se em Brasília, construíram sua obra literária, freqüentaram rodas de nordestinos, conquistaram emprego no Senado.
Se notável tornou-se Orlando com o brilho de sua inteligência cria-tiva, imortalizado com o Zé Limeira, a dor do exílio pesou demais no cora-ção do sertanejo Esmeraldo. Aí está “A Coroa do Rei” – tema, trama e expressão descritiva dolorida, no seu desenvolvimento, de uma obra de inegável sensibilidade humana e importância literária, principalmente. Um marco. Pretendo sugerir aos amigos França, de Acauã Produções Culturais e Francisco Hernandez, da Fundação Ivan Bichara, para ajustarem o texto à dramaturgia e montá-lo para apresentação em datas e locais escolhidos, o que sabem fazer muito bem. Já tratei do assunto com Augusto Ferraz.
Aí está: a política trouxe Esmeraldo de volta a Sousa, em visita para cumprimentar o sobrinho vitorioso que se elegeu prefeito do município. Não foi possível um encontro comigo. Moro afastado. Mas, por conta da nossa amizade, ele deixou com autógrafo para mim “A Coroa do Rei”, texto de ficção que dramatiza a morte do Rei do Cangaço, li, gostei, repito, e comentarei depois.  …………………………………………..






quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

GOLPE GOBAL ACELERADO CHEGOU À EUROPA.
 MARX E O PADRE CÍCERO DO JUAZEIRO

É lamentável e acima de tudo vergonhoso esse renascimento na mídia de FHC e Delfin Neto (os mais venais entre os brasileiros das dez últimas gerações), promovido pelo PIG (Partido da Imprensa Golpista). Malandros, estelionatários perigosíssimos eles ditam manchetes: “Privatização não é questão ideológica” (FHC). Delfin é aquele denunciado por receber propina de 10% pela compra de projetos financiados pelos petrodólares, quando embaixador do Brasil em Paris.  Depois foi eleito deputado federal (pelos patrões) sem ser político. Posam de intelectuais para esconder o propinoduto que alimenta a sua verve. Leiam O Brasil Privatizado de Aloysio Biondi e Privataria Tucana de Amaury Ribeiro Jr. É necessário reler também o clássico A Miséria da Filosofia de Karl Marx que é obra de leitura indispensável. “Importante pelo poder que o texto tem de fundamentar historicamente a pauta do debate contemporâneo: mercado globalizado, fim do emprego, miséria, salário mínimo, desemprego, fusão de grandes empresas, in-flação, crise das bolsas de valores, lucros exorbitantes dos bancos, políticas públicas em crise, greves, Mercado Comum Europeu, Mercosul...”
Sobre o assunto, vale a pena ver alguns textos selecionados abaixo, no blog Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim.
“Forum Social quer CPI da Privataria Já! ─ Bomba! Bomba! Veja da Privataria na capa!” ─  Lula ganhou cinco “Privatarias”. E não vai ler. ─ Nassif: Amaury deixou o PSDB em sinuca.