CAJAZEIRAS NO PLANALTO
(Publicado no Jornal O NORTE em 1982- no livro “Prosa Caótica” Editora A UNIÂO,
João Pessoa 1985)
Sim
senhor, vai o deputado Edme Tavares ser recebido em audiência especial pelo
Presidente João Figueiredo. Assim noticiou ontem este jornal. Não me consta, na
atual legislatura, que uma oportunidade dessas tenha conseguido outro
integrante da nossa representação em Brasília, apesar das solicitações
encaminhadas insistentemente ao Ministro Leitão de Abreu. E leve-se em conta o
que se credita aos demais: antiguidade no “posto”, maior expe-riência. Um tento
digno do deputado cajazeirense, meu com-panheiro em duas legislatura na Casa de
Epitácio Pessoa, e que me acostumei a admirar pela habilidade e competência,
aliadas a uma firmeza inabalável no desempenho do mandato que o povo lhe
confia.
“Cajazeiras
ensinou a Paraíba a ler”, gosta de dizer o historiador Deusdedith Leitão. Se
não à Paraíba, pelo menos aos sertões
dos rios do Peixe e Piranhas, algumas cidades do Ceará e do Rio Grande do Norte
localizadas nas fronteiras com o nosso Estado. Seguindo a tradição da cidade do
Padre Rolim, o amigo Edme está ensinando aos políticos da terra a lição da
eficiência parlamentar, da res-ponsabilidade pública, debatendo os grandes
problemas nacionais, encaminhando os pleitos do seu Estado com as específicas
reivindicações regionais. Longe de mim o desejo de criticar a atuação dos
nossos representantes, ressalto o desempenho deste deputado de “primeira vez”,
a sua desenvoltura.
Tenho
em mãos o segundo número do “Informativo das Ati-vidades do Deputado Edme
Tavares”, em apenas quatro meses de mandato. Um canal de comunicação
responsável e indispensável com o povo, numa demonstração de que leva a sério a
repre-sentação popular, prestando contas de sua atuação com atualidade.
Dividindo o seu tempo entre os Ministérios na busca de recursos e benefícios e o trabalho na Câmara Federal,
vai o nosso conterrâneo granjeando uma
crescente admiração. Uma novidade, sem dúvida. Os paraibanos que o digam.
Mas,
voltando à audiência do deputado com o presidente, o fato é realmente
auspicioso, tendo em vista os assuntos enca-minhados pelo parlamentar junto ao
governo federal. Entre outros destaco a
redução da idade do trabalhador rural, para fins de aposentadoria, e o brilhante
pronunciamento em defesa do Nor-deste, comentado encomiasticamente pelo
confrade Agnaldo Almeida. A nossa imprensa, em suma, não tem negado espaço para
divulgação do seu trabalho. Cavador, furão obstinado, persistente, assim Edme
vai se insinuando, conquistando posições, recebendo do governador Wilson Braga
prestígio e tarefas. É verdade. Em Brasilia, todos afirmam: o deputado Edme
Tavares não se recusa a acompanhar os pleitos dos seus conterrâneos. E o faz
com êxito, vigilante, com satisfação. Por
essa razão o governador que conhece como ninguém a burocracia na capital
federal, tem no deputado de Cajazeiras já familiarizado e orientado por ele, um
ponto de apoio para o encaminhamento dos casos do seu maior interesse.
Como
sertanejo e ligado por laços de família à cidade natal do deputado Edme
Tavares, começo a ficar vaidoso, não escondendo o meu contentamento. O que não
dizer do seu grande amigo prefei-to Epitácio Leite Rolim, dos deputados Antonio
Quirino, José Lacerda e Efraim Moraes, entre outros, em cujas áreas de atuação
política e apoiaram. Esperamos todos, os frutos da conversa que Edme manterá
com Figueiredo. O Nordeste precisa de resultados positivos, pois não nos basta
a esperança, que definha e se con-some no tempo. Aguardamos com justificada
ansiedade a comu-nicação que Edme fará à Paraiba. Não esqueça Edme de levar ao
presidente a nossa palavra de fé e desejo na recuperação de sua saúde, agravado
o seu estado pelas crises que têm dominado a vida nacional, pelo peso de suas
responsabilidades.