O BRASIL DE LUTO COM A MORTE DE ITAMAR FRANCO
Faleceu o grande brasileiro ex-presidente Itamar Franco, que no seu governo criou e ofereceu ao país o Plano Real que o colocou no caminho do desenvolvimento, sem a prática da corrupção hoje dominante na adminis-tração pública federal. Relembro o incidente provocado por grupos arrua-ceiros que invadiram o plenário da convenção do PMDB, depois de depri-mentes cooptações através de suborno de delegados para impedir a sua candidatura. Tudo mandado e coordenado por FHC, assessorado e finan-ciado pelos privatistas de plantão. Preparavam o assalto ao patrimônio nacional, como o fizeram no imoral processo de privatização de serviços e instituições estatais. Assim se apropriaram da Vale do Rio Doce por 3 bi quando vale 430 bi. Coisas da política safada praticada por elementos corruptos e sem caráter que enchem as agremiações partidárias. FHC o mentor, o maior de todos.
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Rendeu-se mais uma vez o governo à constatação de sua impotência frente à criminalidade no país. A legislação penal factóide e permissiva, a conivência na fraude aos princípios gerais e à ciência do direito, desde a Lei Fleury o demonstra. Pelo ar, pela terra, pelo mar e pelos rios, as forças le-gais são derrotadas no enfrentamento de gangues. A construção de pre-sídios para confinar um número geometricamente crescente de indivíduos presos todos os dias, revela o puro logro do projeto. Agora dispositivo eletrônico vigia delinqüentes soltos no meio da rua. Esta é a nova e humi-lhante comprovação de que é preciso mudar os rumos ou o projeto de go-verno, em curso desde Lula. Como acontece na Colômbia com as FARCs, em áreas inteiras do território brasileiro é vedada a presença do Estado: favelas, fronteiras, rios, terra e mar. Mas os oportunistas e otimistas sempre retrucam, apelando para o insensato ufanismo: temos campeonatos de variadas modalidades desportivas, desfiles de moda, blogs na internet, mui-tos milhões de universitários, que, lamentavelmente, em face da má formação escolar, do apagão cultural, estão inabilitados para conquistarem empregos. Assim também acontece nas praças e calçadas das malocas africanas, na espoliada América Latina, no Oriente em violenta guerra civil.
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Uma TV paraibana noticiou decisão da Justiça Desportiva referente ao campeonato de "beach soccer". Escutei assim mesmo, em inglês.
É de lascar! Protesto em linguagem antiga, na forma também antiga.
Trata-se de herança de FHC que, apesar de monoglota, dispensava intérpretes para falar com estrangeiros. Mas causava vexames como revelou João Ubaldo Ribeiro. E me indago e aos meus prováveis leitores: “Porventura os norte-ameri-canos diriam futebol de praia ou futebol de areia, usando nossa caipira língua portuguesa? Jamais. O fato explica-se entre nós, outrossim, dada a pedagogia da malandragem que domina o cenário brasileiro, influenciado por mulheres despenteadas de saias frouxas e colares volumosos, de homens de japonesas e de bermudas, no meio da perna, sempre recém-chegados de encontros e seminários, que distribuem à custa do erário livros com frases assim: "nois gosta", “nois vai”. Alegam cumprir um dever “republicano”, porque se trata de inclusão social dos que não aprenderam na família e na escola nada sobre a conjugação dos verbos. Certamente. Talvez em português, porque sabem a significação de expres-sões e frases em inglês.
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Apesar de tudo impõe-se a manutenção de políticas de inclusão social. Constata-se, todavia, que o governo está impedido de executar projetos quer de interesse geral quer de categorias sociais ou de pessoas. Tudo depende de recursos orçamentários, controlados pelos patrões de FHC, credores da dívida do país, que priorizam o recebimento de juros. Nada de investimento e programas que interfiram na atual participação em percentuais do PIB. Comenta-se que os juros de mais de 10% a.a, levam à desendustrialização do país, desempregam os cidadãos.
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